Vendido por até R$ 10 mil o quilo, wasabi tem única produção em escala comercial da América Latina no interior de SP

  • 06/12/2025
(Foto: Reprodução)
Planta é cultivada de forma comercial em Pilar do Sul (SP) Arquivo pessoal O wasabi é um condimento muito utilizado na culinária japonesa. Há quem ame a ardência e o sabor pungente, mas há quem deteste na mesma intensidade. No entanto, você sabia que a "pastinha verde" servida em parte dos restaurantes brasileiros, na maioria das vezes, não se trata do ingrediente original? Isso porque o quilo do produto verdadeiro pode custar até R$ 10 mil. Para entender melhor sobre a planta, originária do Japão, o g1 conversou com Vinícius Shizuo Abuno, proprietário da única produção em escala comercial em toda a América Latina. O wasabi é plantado em uma área de 2 mil metros quadrados em Pilar do Sul, no interior de São Paulo. 📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp Veja os vídeos que estão em alta no g1 O produtor explica que, na verdade, o wasabi é uma planta difícil de ser cultivada. Para ela crescer de maneira saudável, é necessária uma condição do solo e de clima muito específica semelhante à do país asiático. "Para ela crescer, é necessário um cultivo com água corrente e bem gelada. Precisa ser um local com água em abundância e extremamente limpa e, mesmo assim, a safra demora muito para crescer. É uma planta bem delicada e precisa de muito cuidado", explica. Vinícius conta que a produção da minato wasabi começou há oito anos e foi idealizada pelo pai dele. O projeto surgiu devido à falta de cultivo do item e, por conta disso, ele ser importado frequentemente por restaurantes especializados em culinária japonesa. "Nós somos produtores rurais e, desde sempre, escutamos as pessoas do ramo perguntarem se existia alguma produção de wasabi. Nunca soubemos de ninguém e isso sempre nos perseguiu, então, pareceu um desafio bem interessante para nós. Era uma boa oportunidade de negócio", diz. Planta é altamente utilizada no preparo de pratos asiáticos Vinícius Shizuo Abuno/Arquivo pessoal Durante a idealização do projeto, Vinícius chegou a visitar o Japão para entender melhor as propriedades da planta. Por dois anos, eles atenderam exclusivamente Tsuyoshi Murakami, chef com estrelas Michelin. "Fizemos alguns testes e conseguimos colher alguns talos, então, oferecemos com exclusividade a ele por dois anos, afinal, não teríamos volume o suficiente para atender outros clientes. O restaurante dele foi o único do Brasil que tinha wasabi fresco e nacional, enquanto os outros traziam em malas diretamente do Japão, o que fazia perder a qualidade", conta. Com o passar do tempo, o produtor rural acabou desenvolvendo e adquirindo tecnologias para aumentar o ritmo e quantidade. A safra demora dois anos para ficar no ponto de colheita, que normalmente é feita no frio. Por conta disso, eles investiram em ambientes climatizados artificialmente para garantir wasabi o ano todo. "Nós acabamos investindo demais em infraestrutura, conseguindo uma regularidade por conta dela, já que o desafio maior é enfrentar o verão. Há épocas muito quentes em que acabamos perdendo a planta, que sofre muito para se desenvolver em períodos assim", pontua. Segundo Vinícius, a propriedade rural vende entre 10 e 15 quilos de wasabi fresco por mês para clientes de diferentes localidades do país. O preço do quilo varia de R$ 6 mil a R$ 10 mil, dependendo da qualidade da planta. "Nós fazemos entregas uma vez por semana na capital paulista e, para outras regiões do país, despachamos via transporte aéreo. É um produto delicado, caro, que precisa ser ralado no momento do consumo", destaca. Wasabi em restaurantes brasileiros Ao g1, Vinícius explica que os restaurantes brasileiros especializados em culinária japonesa que costumam utilizar o wasabi fresco são majoritariamente voltados ao estilo omakase, ou seja, quando os pratos servidos ao cliente são uma escolha especial do chef, e, geralmente, possui preços mais altos. Nos restaurantes considerados mais populares, onde os rodízios e modo à la carte possuem preços mais acessíveis, o produtor revela que, na verdade, o 'original' não é utilizado. Apesar do nome, a iguaria conhecida pela maioria dos brasileiros que aprecia a culinária oriental é uma pasta à base de raiz forte, que possui ingredientes básicos semelhantes aos da mostarda. "Se o wasabi não está sendo ralado na sua frente no momento de servir, então você não está comendo o verdadeiro wasabi. Na maioria das vezes, os restaurantes servem uma pasta de raiz forte com corantes que possui uma variação no sabor, em comparação com o ingrediente original", compartilha. De acordo com o produtor, o sabor do wasabi é muito mais leve do que o conhecido popularmente. Ele possui uma pungência, porém, não se sobressai ao prato servido. Vinícius produz wasabi fresco há oito anos Arquivo pessoal "Ele possui um gosto e uma textura muito mais herbácea e floral, mais suave do que o wasabi em pasta servido por aí. O wasabi fresco harmoniza melhor com outros ingredientes, não se sobrepõe e é tão importante quanto o peixe ou o shari [arroz para sushi] no preparo dos pratos", destaca. Até o momento, não é necessário nenhum tipo de autorização especial para cultivar o wasabi no país. No entanto, Vinícius pontua que é necessário seguir e respeitar boas práticas éticas e de cultivo. "O wasabi é como se fosse uma planta comum, então, não precisa de autorização. É necessário seguir boas normas, porém, como somos agrônomos, nos já as conhecemos. O aval seria necessário se tivéssemos que importar mudas de outros países de forma normal, aí, sim, o Ministério da Agricultura teria que aprovar", finaliza. Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2025/12/06/vendido-por-ate-r-10-mil-o-quilo-wasabi-tem-unica-producao-em-escala-comercial-da-america-latina-no-interior-de-sp.ghtml


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