Traficante do ES está entre os presos em megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Capixaba está entre os presos na megaoperação do Rio de Janeiro
Um capixaba está entre os presos durante a megaoperação que mirou suspeitos de envolvimento com o Comando Vermelho, realizada nesta terça-feira (28) no Rio de Janeiro. Rauflan Santos Costa é apontado como operador financeiro da organização criminosa em Rio Bananal, no Norte do Espírito Santo. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (29) pelo Ministério Público.
O governo do Rio informou que 113 criminosos locais e 33 de outros estados, incluindo o Espírito Santo, foram presos. Segundo números oficiais, a Operação Contenção deixou 121 mortos
e entrou para a história como a mais letal já registrada no Rio de Janeiro.
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Ainda na terça-feira (28), foi confirmada a morte do também capixaba Alisson Lemos Rocha, de 27 anos, conhecido como “Russo” ou “Gordinho do Valão”.
Ele era investigado no Espírito Santo por envolvimento em um assassinato em abril de 2025, no bairro Parque Residencial Mestre Álvaro, na Serra.
Segundo a Polícia Civil, Alisson era chefe do tráfico de drogas no bairro Barro Branco, no mesmo município.
O g1 perguntou à Secretaria de Estado de Segurança Pública e ao Ministério Público do Espírito Santo se existe a possibilidade de outros capixabas estarem entre os suspeitos presos ou mortos na operação, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Rio Bananal, Espírito Santo
Prefeitura de Rio Bananal
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Atuação em Rio Bananal
A idade e as circunstâncias da prisão de Rauflan não foram divulgadas. De acordo com o Ministério Público, ele foi denunciado em abril pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico.
A denúncia foi oferecida pelo Promotor de Justiça Adriani Ozório do Nascimento após apuração iniciada em conjunto com a Delegacia de Polícia Civil de Rio Bananal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco Norte/MPES).
Segundo as investigações, Rauflan movimentou mais de R$ 1,1 milhão em uma conta bancária entre julho e dezembro de 2024 e era ligado diretamente ao chefe da facção em Rio Bananal, Jandson de Jesus Ribeiro.
As investigações começaram a partir de um homicídio ocorrido em janeiro de 2025, em Córrego Lagrimal, zona rural de Rio Bananal, e revelaram a existência de uma estrutura criminosa consolidada, composta, em sua maioria, por suspeitos da Bahia e associadas ao Comando Vermelho.
Jandson tem sete mandados de prisão em aberto e é apontado como o principal articulador das atividades do tráfico no município, mesmo foragido em áreas dominadas pelo Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
Reflexos da operação no Espírito Santo
Megaoperação no Rio de Janeiro
MAURO PIMENTEL / AFP
Por causa da proximidade entre os estados e da ramificação do Comando Vermelho no Espírito Santo, as autoridades de segurança pública capixabas apontam o Rio de Janeiro, há anos, como destino de fuga de traficantes que se sentem ameaçados pela polícia no estado.
Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, o Espírito Santo e outros estados já vinham cobrando que o governo fluminense cumprisse os mandados de prisão abertos contra criminosos abrigados em favelas do Rio.
“A gente observa grandes traficantes, grandes lideranças de facções criminosas que são pedidos aqui no Espírito Santo em mandados de prisão contra eles e estão foragidos no Rio de Janeiro. Isso acontece porque eles sabem que aqui não é lugar que bandido se cria, aqui é um lugar que, se eles estiverem aqui, vão ser capturados”, avaliou o secretário.
Damasceno afirmou ainda que não há risco de migração de criminosos para o Espírito Santo após a operação.
“É uma operação pontual, não é uma ocupação permanente, algo que expulsaria em definitivo a traficância do Rio de Janeiro para outros estados. Então hoje a população pode ficar tranquila. A informação que nós temos da inteligência é que não há esse risco por enquanto de migração dos traficantes de lá. Mas nossas inteligências estão todas acionadas, em alerta total”, garantiu o secretário.
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Proposta de fechamento de divisas
Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (29) na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), o presidente da Casa, deputado Marcelo Santos (União Brasil), defendeu o fechamento das divisas do Espírito Santo com o Rio de Janeiro.
“Nós temos que fazer alerta para que o líder na nossa Secretaria de Segurança e os comandantes das instituições fiquem em alerta porque nós podemos receber, se não tomarmos conta, gente criminosa fugindo da operação realizada no Rio de Janeiro”, afirmou o deputado.
Assembleia Legislativa do Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
Marcelo Santos disse que já conversou com o governador do estado e articula, junto a outras lideranças, a formalização do pedido de reforço nas divisas. Ele destacou, no entanto, que o combate ao crime organizado depende de ações de alcance nacional, já que as facções atuam em vários estados.
“O Congresso Nacional é que tem que dar uma resposta mais firme à população brasileira. Não pode ocorrer o que houve no estado do Rio de Janeiro e, depois de quatro anos, que é um mandato de um deputado federal, e de oito anos, que é um mandato de um senador da República, matérias que mudem, por exemplo, as leis penais não andem. Não dá para o que foi feito e ocorreu no Rio de Janeiro e até o que foi feito no Espírito Santo, com os ônibus incendiados, serem ainda alcançados por uma legislação que tipifica como crime comum”, concluiu o parlamentar.
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