Número de mortos em terremoto no Afeganistão sobe para mais de 2,2 mil
04/09/2025
(Foto: Reprodução) Afetados pelo terremoto que atingiu o leste do Afeganistão descansam do lado de fora do Hospital Regional de Nangarhar, em Jalalabad
AP Photo/Siddiqullah Alizai
O número de mortos pelo terremoto que atingiu o Afeganistão na segunda-feira (1º) já chegou a mais de 2,2 mil, de acordo com um porta-voz do governo do Talibã.
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Segundo comunicado desta quinta-feira (4), centenas de corpos foram recuperados de casas destruídas e os esforços de resgate e busca continuam.
"Tendas foram montadas para as pessoas, e a entrega de primeiros socorros e suprimentos de emergência continua", afirmou o porta-voz do Talibã, Hamdullah Fitrat.
O número de feridos não foi atualizado, mas era de mais de 3,2 mil pessoas na terça-feira (2).
De acordo com a agência de notícias AP, terrenos acidentados e cortes de financiamento estão dificultando os esforços de resgate e socorro, com agências de ajuda pedindo à comunidade internacional que ofereça mais apoio.
Rastro de destruição
Vídeo mostra resgate após terremoto deixar mortos no Afeganistão
O terremoto ocorreu em uma área extremamente montanhosa e de construções precárias, com muitas casas feitas de argila e, por isso, a localização dos corpos levou mais de um dia.
Vilarejos inteiros foram destruídos, segundo autoridades. Mais de 8 mil casas foram afetadas.
O terremoto, que já é um considerado um dos mais destruidores da longa lista de tremores recentes no Afeganistão, ocorreu entre as províncias Kunar e Nangarhar, região de fronteira com o Paquistão e a cerca de 200 quilômetros da capital Cabul.
A área também já vinha sendo fortemente afetada por chuvas e enchentes nas últimas semanas.
O epicentro ocorreu a apenas 8 quilômetros da superfície, uma profundidade considerada baixa para terremotos e que torna os tremores mais fortes. A intensidade fez com que o terremoto fosse sentido também em Cabul e até em Islamabad, capital paquistanesa.
Mapa mostra região atingida por terremoto de magnitude 6,0, em 1º de setembro de 2025.
arte/ g1
Os talibãs — que governam o Afeganistão desde tomaram o poder à força em 2021 — disseram que “todos os recursos disponíveis serão utilizados para salvar vidas.”
No entanto, a volta do regime talibã ao governo do país fez secar as verbas para um fundo de ajuda internacional voltado a ajuda em casos de terremoto, muito comuns no país.
PEDIDO DE SOCORRO: governo do Talibã pede ajuda internacional
VERBAS REDUZIDA: como chegada do Talibã reduziu verbas de auxílio em casos de terremoto
Centenas de feridos foram levados a hospitais locais, e, em um deles, um médico disse à agência de notícias Reuters que estava recebendo uma pessoa atingida pelos tremores a cada cinco minutos.
A ONU também afirmou que diversas agências da organização já começaram a prestar auxílio no resgate às vítimas em quatro províncias do país.
Horas depois do terremoto, outros cinco tremores secundários, cujas magnitudes variaram entre 4,3 e 5,2, foram registrados, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
Vilarejo na província de Kunar, no Afeganistão, parcialmente destruído após ser atingido por terremoto de magnitude 6,0 em 1º de setembro de 2025.
Wahidullah Kakar/ AP
De forma improvisada, homens de vilarejo na província de Kunar, no Afeganistão, carregam corpo de morador ferido por conta de terremoto que atingiu a região, em 1º de setembro de 2025.
Wahidullah Kakar/ AP
Homem caminha entre os escombros do terremoto.
Wakil Kohsar / AFP
Soldados talebãs carregam corpos de vítimas do terremoto de magnitude 6,0 em aeroporto em Jalalabad, no Afeganistão, em 1º de setembro de 2025.
REUTERS/Stringer