Na história do Rio, combate ao crime organizado já produziu situações e cenas típicas de guerras
28/10/2025
(Foto: Reprodução) No RJ, combate ao crime organizado já produziu situações e cenas típicas de guerras
Na história do Rio de Janeiro, o combate ao crime organizado já produziu situações e cenas típicas de guerras.
Há 15 anos, uma imagem ganhou o mundo. Em novembro de 2010, quase três mil policiais e integrantes das Forças Armadas ocuparam os Complexos do Alemão e da Penha. O GloboCop flagrou a fuga de bandidos.
Naquele período, a ocupação por forças do Estado representava para os moradores a esperança da pacificação. Mas hoje os moradores ainda são reféns do medo.
Em todo o Estado, há um longo histórico de confrontos em comunidades. Há mais de quatro décadas a população vive em meio a armas, drogas e sob domínio territorial do crime organizado.
Em maio de 2021, policiais civis ocuparam parte da favela do Jacarezinho, na Zona Norte da cidade. Pelo menos sete homens armados, alguns deles com fuzis, tentando escapar da polícia, invadiram casas de moradores. Na época, mães relataram abusos policiais, e a Anistia Internacional denunciou execuções. Ao todo, foram 28 mortos - entre eles, um policial civil. Era, até esta terça-feira (28), a operação mais letal no Rio de Janeiro. A polícia disse que atuou a partir de uma denúncia do Ministério Público e de investigações sobre aliciamento de menores para o tráfico.
Amanhecer de 24 de maio de 2022. Oitenta homens do BOPE e da Polícia Rodoviária Federal cercaram a Vila Cruzeiro, que faz parte do Complexo da Penha, para prender integrantes do Comando Vermelho. Escolas tiveram que fechar as portas. Os tiros foram longe e mataram uma mulher que estava dentro de casa. Ela morava em uma comunidade que não era alvo da operação. No total, foram 23 mortos.
Antes, em junho de 2007, mais de 1,3 mil policiais civis, militares e soldados da Força Nacional participaram de uma operação no Morro do Alemão. Dezenove pessoas morreram; 13 ficaram feridas. O confronto deixou em evidências barricadas no asfalto para impedir o acesso da polícia.
Quinze anos depois, mais uma vez no Complexo do Alemão. Antes das 6h, tiros eram ouvidos de longe. Moradores registraram balas cruzando o céu. Nas imagens, bandidos fogem pelas escadas da comunidade. Parte do bando atacou a sede de uma unidade de Polícia Pacificadora e matou um PM. Uma mulher que passava de carro levou um tiro no peito e morreu no hospital. Parentes disseram que os disparos foram feitos pela PM.
Segundo o governado do estado, dos 17 mortos, 15 eram suspeitos de envolvimento com o tráfico.
E nesta terça-feira (28), uma nova operação policial nos complexos do Alemão e da Penha entrou para a história.
O Jornal Nacional falou ao vivo da Zona Norte do Rio na noite desta terça-feira (28). A operação nos complexos do Alemão e da Penha terminou, mas policiais do Bope permanecem na mata para tentar encontrar corpos de suspeitos que teriam fugido. Na porta do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, foram levados muitos mortos e feridos durante todo o dia.
O Governo do Estado ainda não informou quantas pessoas ficaram feridas ao todo na operação de desta terça-feira contra o Comando Vermelho. A Polícia Federal atualizou apenas o número de policiais feridos. Foram 8 PMs do Bope, 2 do BAC, que é o Batalhão de Ações com Cães, e 5 da Polícia Civil. Total de 15 policiais feridos.
Só lembrando que 60 suspeitos e 4 policiais foram mortos nessa operação desta terça-feira nos complexos.
Na história do Rio, combate ao crime organizado já produziu situações e cenas típicas de guerras
Reprodução/TV Globo
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