Jovem que criou rede de fofocas usava dinheiro de extorsão como segunda fonte de renda: 'Trampo no shopping e esse aqui'
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Jovem é presa em Minas por postar fofocas e cobrar dinheiro para apagá-las
Anielly Souza Silva, presa em Conceição das Alagoas (MG), transformou um perfil de fofocas que criou nas redes sociais em uma ferramenta de difamação e chantagem na pequena cidade do Triângulo Mineiro. Segundo a Polícia Civil, a jovem exigia PIX das vítimas para apagar postagens ofensivas e chegou a tratar os pagamentos como uma "segunda fonte de renda". (Veja vídeo acima.)
“Tipo assim, R$ 500, mas eu não posso postar mais que o cara traiu a mulher, entendeu? E é assim que vai, filho. Tem meu trampo lá no shopping. E agora esse aqui, fia”, disse Anielly, revelando como a jovem transformava o perfil de fofocas que criou nas redes sociais em uma ferramenta de chantagem e uma forma de conseguir dinheiro.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, a prática era clara: a dona do perfil publicava mensagens que expunham moradores da cidade e, em seguida, cobrava para retirar o conteúdo.
“Se tá lá, se mandar é porque é verdade, entendeu? Então não posso fazer nada. Você me paga aí que eu apago”, disse Anielly em um dos áudios obtidos na investigação.
Nos áudios reunidos pela polícia, a própria jovem admitiu que a chantagem funcionava como um complemento financeiro.
“Ela fez uma postagem dizendo o seguinte: ‘Para eu apagar, tem que me pagar’. Nós provamos que ela estava estorquindo as pessoas, fazendo disso uma fonte alternativa de renda. Tivemos casos de R$ 200, R$ 300 e até um de R$ 500 pagos para que ela apagasse”, afirmou.
A polícia afirma que a investigação ainda apura quantas pessoas foram vítimas da prática. Anielly foi presa preventivamente e deve responder pelo crime de extorsão, que tem pena de até 10 anos de prisão. A defesa dela não se manifestou.
Anielly usava perfil de fofoca para extorquir pessoas vítimas de suas postagens.
Reprodução/TV Globo/Fantástico
Entenda a história
Anielly usava um aplicativo de mensagens anônimas para estimular os próprios moradores a enviarem informações sobre vizinhos, colegas e até instituições locais. Sem checar os dados, ela publicava as mensagens como se fossem verdadeiras. Os posts chegaram a ultrapassar um milhão de acessos.
As publicações incluíam acusações de traições, gravidez, orientação sexual e até agressões físicas. Em alguns casos, os nomes das pessoas eram expostos diretamente.
O perfil foi desativado pela rede social após a prisão.
"Tenho liberdade de me manifestar? Tenho. Mas ela não é irrestrita. O meu direito vai até onde o seu também é protegido”, afirmou o delegado.
Anielly Sousa Silva usava um aplicativo de mensagens anônimas para estimular os próprios moradores a enviarem informações sobre vizinhos
Reprodução/Fantástico
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