Filha de primo de Chico Mendes chega à final de prêmio que celebra 80 anos do ambientalista
27/10/2025
(Foto: Reprodução) Prêmio Chico Vive reconhece jovens ativistas
A filha de Raimundo Mendes de Barros, primo de Chico Mendes, esteve entre os 18 finalistas do Prêmio Chico Vive, que celebra 80 anos do ambientalista acreano, morto em 1988. Raiara Azevêdo, de 21 anos, levou o projeto “Filhos da Resistência”, que busca fortalecer a identidade e o protagonismo das juventudes da floresta por meio de rodas de conversa. Cerimônia ocorreu no último dia 23, em São Paulo.
Raiara e mais dois participantes do Amapá e Pará concorreram na categoria Amazônia, vencida pelo projeto paraense. Ao todo, a disputa reuniu mais de 500 iniciativas que deram visibilidade a ações de mobilização comunitária, incidência política e defesa dos direitos humanos e ambientais em todo o país.
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Os finalistas do Premio Chico Vive 2025, Pamela Mercia, Raiara Barros, Jonata Vieira e Darlon Neres
Arquivo pessoal
A jovem ressaltou ao g1 que ter nascido em uma família de lideranças ambientais foi essencial para a construção de sua consciência. “Por ser filha de Raimundão, a gente já nasce nesse berço de luta e conhecimento da nossa história”, comenta.
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Prêmio Chico Vive reconhece jovens ativistas
Ainda de acordo com Raiara, o projeto nasceu da necessidade de reconectar os jovens das 3 mil famílias que vivem na Resex a acolherem suas raízes e territórios, diante do distanciamento da juventude das pautas socioambientais, sobretudo em um período de influência crescente do agronegócio.
Outro ponto está ligado às crises climáticas, como as enchentes e a secas que atingem o estado anualmente. Um dos tópicos abordados é o racismo ambiental, termo utilizado para descrever injustiças sociais e ambientais que afetam populações mais vulneráveis.
“Percebi que a juventude da floresta estava deixando de se identificar com o território. Saber da história do meu pai e de Chico Mendes me fez entender que essa luta precisa continuar. Quero que os jovens se reconheçam como parte dela e se tornem as próximas lideranças”, disse Raiara.
A jovem afirma que a mobilização nas comunidades é um dos principais desafios do projeto e que pretende se expandir para outras reservas e estados da Amazônia o legado de Chico Mendes, seringueiro e ambientalista assassinado em 1988, símbolo da luta pela floresta e pelos povos da Amazônia.
“Foi muito significante ver que tem tantos jovens dando continuidade ao legado de Chico Mendes. Quando a gente se apropria da nossa identidade, entende que o futuro depende da gente mesmo. Quero que esse trabalho inspire mais jovens a cuidar da floresta e a ocupar espaços de decisão”, completou Raiara.
Ação dos jovens na Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema em Sena Madureira, interior do Acre
Arquivo pessoal
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