EUA negam visto a autoridade eleitoral de Honduras em meio a atraso nos resultados da eleição
20/12/2025
(Foto: Reprodução) Marlon Ochoa, secretário do órgão eleitoral de Honduras
REUTERS/Fredy Rodriguez
Os Estados Unidos informaram, nesta sexta-feira (19), que negaram um pedido de visto de Marlon Ochoa, membro do Conselho Nacional Eleitoral de Honduras.
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Segundo comunicado divulgado pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, a decisão foi tomada por conta da demora na apuração dos resultados da eleição presidencial realizada ano país em 30 de novembro. Quase três semanas depois, ainda não há clareza sobre quem será o próximo presidente.
“O Departamento negou o pedido de visto de Marlon Ochoa e tomou medidas para impor restrições de visto a outro indivíduo por minar a democracia em Honduras”, disse Rubio em comunicado.
As eleições caóticas foram abaladas por falhas no processo de apuração dos votos, acusações de fraude e alegações de interferência dos Estados Unidos.
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Acusações de fraude
No início de dezembro, o presidente do Congresso Nacional de Honduras afirmou que não vai validar o resultado das eleições presidenciais realizadas no fim de novembro no país.
Segundo Luis Redondo, o processo eleitoral foi "manchado por pressões internas de estruturas do crime organizado ligadas ao narcotráfico, pressões externas e pela violação direta da liberdade dos eleitores".
Redondo denunciou um golpe eleitoral no pleito, ecoando uma fala dita pela presidente Xiomara Castro na quarta.
Essas não são as únicas denúncias de fraude nas eleições do país. Os dois rivais de Asfura, Salvador Nasralla e Rixi Moncada também acusaram manipulação no processo. Além deles, a presidente do país, Xiomara Castro, também acusou fraude.
"Vivemos um processo marcado por ameaças, coação, manipulação do Trep [sistema de resultados preliminares] e adulteração da vontade popular", denunciou Xiomara, em sua primeira declaração após a votação de 30 de novembro.
Segundo a agência de notícias France-Presse (AFP), as suspeitas de fraude são alimentadas por sucessivas falhas de informática, que afetaram a apuração e a divulgação dos resultados, a cargo da empresa colombiana ASD. Soma-se a isso a politização do CNE, cujo plenário é formado por representantes dos três partidos majoritários.
Até a última contagem registrada, com 99,4% das atas apuradas, o candidato Nasry Asfura, apoiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, somava 40,52% dos votos, contra 39,20% para Salvador Nasralla.
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Leonel Estrada e Fredy Rodriguez/ Reuters