Cuidadores: se antecipem aos desafios e zelem por seu bem-estar
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Dezembro é um mês de encontros familiares e comemorações. Também deveria ser uma época não apenas para festejar, mas para agradecer. Aproveito para lembrar dos cuidadores e cuidadoras, que quase sempre ficam em segundo plano, lidando com o estresse e o pouco reconhecimento do seu trabalho. O Movimento das Mulheres contra o Alzheimer, dirigido por Maria Shriver, divulgou um roteiro com dicas para facilitar o dia a dia de quem é responsável por uma pessoa com demência. As orientações são de Taylor Rush, diretora de serviços comportamentais e programas interdisciplinares no Centro de Restauração Neurológica da Cleveland Clinic – e valem para quem cuida e para quem se relaciona com um cuidador.
Taylor Rush, diretora de serviços comportamentais e programas interdisciplinares no Centro de Restauração Neurológica da Cleveland Clinic
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Para criar um ambiente seguro, antecipe-se aos perigos:
Reduza a desordem e remova riscos de queda, como tapetes soltos e fios.
Melhore a iluminação. Garanta que corredores e banheiros estejam bem iluminados, especialmente à noite.
Guarde medicamentos, produtos de limpeza e objetos cortantes em lugares trancados.
Rotule gavetas, portas ou cômodos com palavras ou imagens para ajudar a pessoa a se orientar.
Planeje-se para possíveis saídas inesperadas. Considere alarmes nas portas ou identificação nas roupas caso o ente querido fique desorientado e saia de casa.
Para driblar a recusa de ir ao médico, reduza a sensação de perda de controle do paciente:
Faça os preparativos com antecedência. Explique o que vai acontecer em linguagem simples e tranquilizadora.
Mantenha a rotina. Agende visitas em horários do dia em que a pessoa esteja mais relaxada.
Leve itens de conforto: um objeto familiar ou um lanche podem reduzir a ansiedade.
Envolva a equipe que atenderá o paciente. Informe os profissionais sobre o medo antecipadamente, para que possam adaptar sua abordagem.
Ofereça segurança, não constrangimento. Uma validação gentil (“Eu sei que isso é difícil, mas vamos juntos”) funciona melhor do que ordens diretas.
Para lidar com a falta de reconhecimento de alguém próximo:
Não se altere. Corrigir ou discutir pode intensificar a situação.
Entre na realidade do paciente. Se seu ente querido acredita que você é outra pessoa, responda de forma a manter a confiança e o conforto.
Mude o foco para uma atividade ou memória compartilhada que seja familiar e reconfortante.
Conversar sobre esses momentos com um conselheiro ou grupo de apoio pode aliviar o impacto emocional.
Para zelar pelo autocuidado, proteja seu bem-estar:
Descanse quando puder, pausas também curtas importam.
Não se afaste da sua rede de suporte. O isolamento aumenta o estresse. Somos seres sociais e necessitamos de contato com quem se importa.
Mexa o corpo diariamente. A atividade física é uma das melhores maneiras de melhorar o humor e manter a saúde geral.
Peça ajuda cedo. Não espere chegar ao limite – o apoio é muito mais benéfico antes de chegar a esse ponto.
Pratique compaixão consigo mesmo. Culpa e perfeccionismo podem alimentar expectativas irreais. Lembre-se: o objetivo é o progresso, e não perfeição.
Para apoiar amigos e familiares que são cuidadores, seja proativo:
Ofereça algo específico. Em vez do recorrente “Me avise se precisar de algo”, diga: “Posso levar o jantar na quinta-feira ou ficar com fulano enquanto você descansa?”.
Mantenha contato regularmente. Um simples texto ou ligação dizendo: “Estou pensando em você” faz diferença.
Reconheça e valorize seu papel. O cuidado merece profundo respeito: é tanto um ato de amor quanto uma enorme responsabilidade.
Incentive pausas restauradoras e atividades prazerosas. Lembre-os de que sua saúde e alegria importam.