Comerciantes mudam rotina por causa da criminalidade na Grande São Luís
25/10/2025
(Foto: Reprodução) Violência muda rotina e provoca clima de apreensão entre moradores e comerciantes
O aumento da criminalidade tem preocupado comerciantes em diferentes regiões da capital. Assaltos e arrombamentos frequentes têm feito donos de estabelecimentos mudarem a rotina de trabalho por medo de novos ataques.
Com a onda de violência envolvendo a disputa de facções criminosas por território, o medo e a insegurança se espalharam pelos municípios que fazem parte da Grande Ilha de São Luís. A preocupação dos comerciantes aumenta a cada dia.
Nesta semana, um assalto filmado no bairro da Liberdade e divulgado nas redes sociais chamou atenção. Nas imagens, um homem entra em um comércio, finge comprar uma bebida e anuncia o roubo. Ele ameaça a proprietária, uma idosa que trabalha sozinha.
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No início do mês, um comerciante foi baleado durante um assalto na Vila Maranhão. O crime, ocorrido por volta das 14h40, foi registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram três assaltantes armados invadindo o local.
A cena se repete em outras partes da cidade. Na última quinta-feira (23), uma clínica odontológica foi assaltada no bairro Vinhais. Segundo testemunhas, três homens e uma mulher participaram da ação.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de roubos a estabelecimentos no estado aumentou: foram 916 casos em 2023 e 1.184 em 2024.
Um comerciante que prefere não se identificar contou que teve um prejuízo de R$ 2 mil após o bar ser arrombado. Com medo, decidiu fechar mais cedo.
“Ontem, inclusive, fechamos antes do horário. Alguns clientes ainda estavam aqui, mas, com os rumores de brigas entre facções, os vizinhos fecharam e fizemos o mesmo”, disse.
Comerciantes mudam rotina por causa da criminalidade na Grande São Luís
Reprodução/ TV Mirante
No mesmo bairro, a empresária Kamila Buna, que vende roupas e acessórios, também reforçou a segurança. A loja já foi arrombada duas vezes.
“Mesmo com a polícia por perto, os bandidos não se intimidam”, contou. Ela afirma que agora evita ficar sozinha e mantém vigilância constante. Se for necessário, vamos adotar novas medidas”, completou.
Semana violenta na Grande Ilha
Bairros atacados na Grande São Luís
Arte/g1
Os primeiros casos começaram a ser registrados ainda no domingo (19) em São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, cidades localizadas na Grande Ilha. Somente no domingo, três pessoas morreram baleadas e outras três ficaram feridas.
O ponto alto da semana violenta foi o ataque a tiros que deixou um jovem morto e cinco pessoas feridas no bairro Cidade Operária, na capital maranhense.
As vítimas estavam na porta de um estabelecimento quando criminosos armados chegaram em um carro disparando contra eles.
Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, foi atingido no tórax e morreu após ser socorrido. Os suspeitos fugiram em direção à Cidade Olímpica.
Quatro dos cinco feridos foram socorridos e levados por meios próprios ao Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), na região da Cidade Operária, antes da chegada da Polícia Militar.
Moradores pedem segurança
Em São Luís, cidade mais afetada pela onda de violência, os crimes aconteceram em mais de 10 bairros.
Há registros de homicídios, tentativas de homicídio e tiroteios nos bairros Cidade Olímpica, Cidade Operária, Tibiri, Bairro de Fátima, Liberdade, Vila Magril, Monte Castelo, Vinhais, Vila Janaína, Residencial Maria Aragão, Vila Vitória e Vila Palmeira.
A região da Cidade Operária, Cidade Olímpica e Jardim América foi uma das mais afetadas pela onda de violência. Na sexta-feira, moradores do Jardim América, protestaram pelo aumento da violência e pelo assassinato do jovem Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, morto em um dos ataques.