'Ainda Estou Aqui' no RIW: Marcelo Rubens Paiva critica projeto de anistia a golpistas
13/08/2025
(Foto: Reprodução) 'Ainda Estou Aqui' no RIW: Marcelo Rubens Paiva critica projeto de anistia a golpistas
Raoni Alves / g1 Rio
O escritor e autor de "Ainda Estou Aqui", Marcelo Rubens Piva, esteve nesta quarta-feira (13) em um dos palcos do Rio Innovation Week 2025, no Centro do Rio. Ao lado do historiador Eduardo Bueno, Paiva fez um discurso contundente contra a inciativa de deputados e senadores brasileiros de votarem o projeto de lei (PL) que anistia os investigados pela tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.
"Nós precisamos urgentemente defender a Justiça, defender o Supremo Tribunal Federal (STF), defender a democracia, defender as instituições. Já há uma articulação no Congresso para que essa anistia seja aprovada. Não vai ter anistia. Eles têm que ser presos", afirmou Marcelo Rubens Paiva.
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Intitulado de 'Daqui vamos pra onde?', o papo entre Eduardo e Marcelo durou cerca de 50 minutos, quando os dois relembraram outras tentativas de golpe militar que fizeram parte da história do país.
Segundo o escritor, essa é a primeira vez na história que o país está de fato punindo os golpistas.
"Estamos em um evento de inovação. Mas inovação é você olhar para trás e conhecer os 525 anos de mazelas, de história tortuosa, de história sombria, de história do Brasil. Inovação é ler, inovação é ler livro, inclusive no papel. Inovação é conhecer, inovação é transcender. Inovação é não ter anistia", comentou Eduardo Bueno.
Nas últimas semanas o projeto de lei que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro voltou a ser debatido entre parlamentares. A proposta poderia livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros integrantes do antigo governo federal da condenação.
Para Marcelo Rubens Paiva, a invasão de órgãos públicos em Brasília por manifestantes de direita, que tentavam impedir a posse do presidente Lula, teve início muito anos antes, por articulação de membros do governo e militares.
"O golpe ainda não acabou. O 8 de janeiro não acabou. O ano de 2022 continua", comentou Paiva.
O escritor lembrou que a principal ideia do livro 'Ainda Estou Aqui' era contar a história da sua família. Com esse enredo, Marcelo também contou a história da ditadura militar que teve início em 1964, e resultou na morte do seu pai.
"Eu precisava contar para as pessoas o que era aquilo. Contei em 2015, ao publicar o 'Ainda Estou Aqui', falando da minha família. Eu não queria fazer nenhum tipo de proselitismo, não queria defender nenhuma ideologia. não quis fazer algo simples entre o bem e o mal. Eu vou falar do drama da minha família", explicou Marcelo Rubens Paiva.
'É muito estranho como o Brasil tem medo dos militares. Não faz muito sentido', afirma Marcelo Rubens Paiva
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